por Clarissa Corrêa
Vocês terminaram o namoro. No dia seguinte, tu vai ao médico e, bingo, qual o nome dele? João. Tá andando na rua e escuta alguém gritando “Joãoooooo”. Na fila do supermercado, João. João. João. Parece que todo mundo resolveu ter o mesmo nome do ex. Nossa, nunca vi tantos carros verde esmeralda, do mesmo modelo que o dele! De hora em hora toca a nossa música no rádio. Parece até conspiração, certo? Errado.
Muitas vezes a vida nos dá uma rasteira. A gente cai, machuca as
costas, rala o cotovelo e esfola o joelho. E as lágrimas saem pretas,
pois o rímel fica todo borrado. Nos sentimos num beco no qual a saída é
inexistente. E, se existe, esqueceram de nos entregar um mapa com as
coordenadas.
Quando algo dá errado, parece que todo o resto resolve dar errado
também. Ao mesmo tempo. No mesmo momento. Naquele exato minuto. Oh, oh, o
que está havendo? Sim, o fundo do poço tem porão. E subsolo. Se está
acontecendo um problemão no trabalho, parece que o namorado resolve
ficar chato, a mãe começa a cobrar a tua presença, os amigos parecem que
estão sempre ocupados demais. Dá a sensação de que o mundo inteiro
resolveu te apontar o dedo e dizer: nada dará certo. Vira tudo uma
grande meleca. E ninguém quer nos explicar como sair dela.
Vocês terminaram o namoro. No dia seguinte, tu vai ao médico e, bingo, qual o nome dele? João. Tá andando na rua e escuta alguém gritando “Joãoooooo”. Na fila do supermercado, João. João. João. Parece que todo mundo resolveu ter o mesmo nome do ex. Nossa, nunca vi tantos carros verde esmeralda, do mesmo modelo que o dele! De hora em hora toca a nossa música no rádio. Parece até conspiração, certo? Errado.
Tudo depende do nosso ponto de vista. Se olharmos com cara feia pra
vida, ela vai nos retribuir da mesma forma. Vai nos dar o troco. Não
existe conspiração internacional. João? Tem muitos. Carros verde
esmeralda? Diversos. A música toca a todo instante? Sim. É que tu nunca
tinha percebido isso…até ficar sem o João. Se o problemão no trabalho te
afetou, com certeza vais ficar mais sensível…isso faz com que veja tudo
sob outro prisma. Se achar que está tudo ruim, tudo ficará ruim mesmo.
Quando tudo está semi-perdido temos que buscar uma pontinha-aquela
pontinha-de perseverança. As coisas mudam. Pra melhor. Basta querermos.
Pra isso acontecer a gente tem que acreditar na gente. Always. Em
primeiríssimo lugar. Para todo o sempre. Se nem a gente tem fé na gente,
quem terá? Sim, é um papo otimista. Mas verdadeiro.
Grande parte das nossas frustrações acontecem quando a gente espera
que o outro tenha as mesmas atitudes que nós teríamos em determinada
situação. Mas o outro é somente o outro. Ninguém é igual a ninguém. E
nunca será. E pra nos ajudar a sair do fundo do poço, porão ou
subsolo…só a gente mesmo. O outro, por mais que te ame e queira teu bem,
não pode fazer isso por ti. Nem que ele quisesse.
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